segunda-feira, 17 de novembro de 2014

By Mel,

Mesmo quem seguiu as recomendações dos especialistas sente os efeitos do longo período de exposição solar, que este ano foi particularmente intenso. Devido à perda de água, a pele torna-se áspera, ressecada e sem brilho. O excesso de sol causa manchas e altera o DNA das células cutâneas. Os danos continuam depois que a exposição aos raios solares cessa, exigindo cuidados constantes, que incluem o uso de produtos à base de substâncias antioxidantes, como vitamina C e ácido ferrúlico. A dermatologista Katleen Conceição também recomenda chapéus com proteção solar e fotoprotetor com FPS 30, no mínimo.

PARTE 1:
Exfoliação remove impurezas:
A recuperação da pele do rosto e corpo se inicia com a remoção de impurezas e células mortas, deixando-a macia, fina e mais uniforme. “A exfoliação prepara para a aplicação de ativos, seja para hidratar, tratar manchas ou até mesmo rugas,” esclarece a dermatologista Daniela Lemes. Antes, é preciso verificar se há alguma restrição ao uso do produto. Tratamentos com ácidos, por exemplo, podem contraindicá-lo.
Formulado em creme, loção, gel ou sabonete, o exfoliante usado no rosto é mais fino e com grânulos menores, uma vez que a pele é mais sensível e delicada. Produtos com grânulos maiores são indicados para o corpo.
A exfoliação deve ser realizada sobre a pele limpa, para desobstruir os poros, e úmida para facilitar os movimentos, que devem ser circulares. “No rosto, preferencialmente, com a ponta dos dedos, evitando a região dos olhos, a boca e o nariz. No corpo, a massagem deve ser mais firme, com a palma da mão,” ensina a médica.
Em pele espessa, o tratamento pode ser realizado uma vez na semana, mas somente um profissional pode determinar a frequência e as áreas indicadas. O excesso de exfoliação, mesmo aquela feita em casa, por exemplo, com uma mistura de açúcar refinado e mel, agride e resseca a pele e pode causar vermelhidão.
De maneira geral, o procedimento não tem contraindicação, mas é preciso alguns cuidados. Dependendo do produto usado, a pele oleosa pode produzir mais sebo. Em caso de rosácea ativa, torna-se necessária orientação profissional. “Também não é indicado fazer exfoliação na pele acneica ativa e com pus pelo risco de contaminação,” explica a dermatologista.
A exfoliação também pode ser realizada com lasers ablativos (Fraxel), queretiram a camada superficial e estimulam a produção de colágeno.

Exfoliação corporal com semente de damasco:
1º passo – higienizar a pele com sabonete à base de chá-verde (desintoxicante), em movimentos circulares, com auxílio de escova higiênica. Remover com toalha umedecida em água morna.
2º passo – passar no corpo todo um exfoliante à base de semente de damasco, em movimentos circulares.
3° passo – retirar todo o produto com toalhas umedecidas em água morna para dilatar os poros.
4° passo – fazer massagem hidratante com creme contendo cafeína e centelha asiática. Em peles extremamente ressecadas, usar creme com argila.
5° passo – aproveitar o creme e realizar uma leve drenagem.
6° passo – retirar o excesso com toalhas úmidas
Indicação: a cada 15 dias
Fonte: Denise Finamore, esteticista

PARTE 2:
Hidratação devolve o viço:
O processo de hidratação da pele permite que ela retenha água em suas camadas. O sebo contribui para a maciez e elasticidade da pele, colabora na formação do manto lipídico e exerce atividades antimicrobiana, de barreirae emulsificadora.
Outros componentes naturais importantes são as aquaporinas, proteínas que regulam o transporte de água da derme em direção à epiderme, e que podem ser manipuladas em creme ou gel. “Elas promovem uma ‘hidratação inteligente’, que não se restringe à superfície, mas faz com que a água circule melhor entre as células”, explica a farmacêutica Mika Yamaguchi.
O ácido hialurônico é outra substância essencial, que tem o papel de atrair e reter água. “É um potente agente hidratante, mas sua quantidade diminui com a idade,” ressalta a dermatologista Marina Bittencourt.
Fatores externos, como poluição e, principalmente, o sol podem interromper esse processo natural e deixar a pele seca e sem viço, com grande tendência à descamação em algumas áreas. “Quando essa cadeia se quebra a função de barreira se enfraquece e surgem sinais de ressecamento,” explica a médica.
A pele desidratada tende, também, a ter mais problemas, como eczemas, coceira e infecções. Cremes contendo ácido hialurônico e um antioxidante, como a vitamina C tópica, são opções de hidratação facial. Além de ajudar a eliminar as manchas residuais provocadas pelo sol, a vitamina C estimula a produção de colágeno. “Já a hidratação corporal pode ser feita com um creme à base de ureia, substância já consagrada por reter água na superfície da pele,” recomenda a Dra. Marina Bittencourt.
Produtos à base de retinol (estimula a renovação celular e a produção de colágeno), vitamina C e ácido ferrúlico (combatem os radicais livres liberados pelos raios ultravioleta) também são aliados importantes no programa pós-verão.
A especialista recomenda, ainda, a combinação de um laser fracionado com um antioxidante (vitamina C). “Além de estimular o colágeno, o laser facilita a penetração da vitamina C, aplicada logo depois do procedimento”, ensina.
Produtos hidratantes devem, preferencialmente, ser aplicados após o banho ou limpeza de pele, quando os poros estão limpos e mais receptivos aos ativos. “É preciso não esquecer de prolongar até o pescoço e colo o produto usado no rosto. Regiões mais espessas e secas, como joelhos e cotovelos, pedem um hidratante específico, mais potente. Beber bastante líquido diariamente também ajuda”, recomenda.
Evitar banho muito quente e demorado e aplicar sabonete hidratante no corpo apenas uma vez ao dia, nas partes íntimas, são outras medidas para evitar o ressecamento da pele.

Ativos hidratantes:
A farmacêutica Mika Yamaguchi indica alguns ativos com maior poder de hidratação.
- Alistin – peptídeo com forte ação antioxidante, também protege o DNA e auxilia a pele a reparar os danos causados pelos raios UVB.
- OTZ 10 – único antioxidante que neutraliza os danos gerados pelos radicais livres produzidos pelos raios UVA, UVB, e IR –A (calor). O resultado dessa neutralização é a taurina, aminoácido conhecido pela sua ação energizante e protetora do DNA.
- GPS trealose – aciona as heat shock protein, que protegem o corpo do sol e calor e combate a desidratação da pele.
- Hyaxel – ácido hialurônico fracionado, ligado ao silício orgânico. Chega às camadas mais profundas da pele, potencializando a produção do ácido hialurônico natural do corpo, altamente hidratante.
- Arct alg – biomassa marinha, rica em sais minerais e aminoácidos que aumentam a energia celular. Contribui para a produção de mais energia, para fazer frente ao estresse a que as células são submetidas, e para seu bom funcionamento.
- Pro barrier repair– bioativo natural que repara a função barreira da pele. Tem ação anti-inflamatória e atua como um calmante natural para a pele.

Máscara facial de algas marinhas:
1º passo – higienizar a pele com sabonete de chá verde. Em seguida, usar loção tônica.
2º passo – exfoliar com peeling de menta. Retirar com algodão umedecido em água.
3º passo – aplicar creme com ativo nutritivo, como gatuline e nutricalcium, que reforçam o sistema natural de defesa da pele, revitalizam e devolvem sua luminosidade.
4º passo – realizar manobras de drenagem facial.
5º passo – aplicar máscara de algas marinhas (hidratante e refrescante), deixar por 15 minutos.
6º passo – retirar com algodão umedecido e finalizar com FPS 40.
Indicação: quatro sessões, uma vez por semana

Fonte: Denise Finamore, esteticista

PARTE 3:
Manchas podem ser atenuadas:
As manchas mais comuns são as melanoses, alterações acastanhadas que aparecem nas áreas expostas, como braços, antebraços, mãos, colo, ombros, costas e face.
Os melasmas, manchas amarronzadas que surgem no rosto, também estão associados ao sol, mas são mais frequentes em mulheres que usam pílula anticoncepcional, durante ou após a gestação, ou naquelas que fazem tratamentos hormonais à base de estrogênio.
Parareduzir a hiperpigmentação de origem melânica, como melasmas, cloasmas, melanoses e hipercromias causadas por acne e pós-peeling, a dermatologista Renata Marques recomenda tratamento com idebenona lipossomada a 5%, capaz de inibir a síntese de melanina. “A utilização de um sistema lipossomado garante a estabilidade da molécula e otimiza sua penetração na pele”, explica a médica.
Melanoses e melasmas também podem ser atenuadas com despigmentantes tópicos como ácido kójico, hidroquinona e arbutin, além de antioxidantes (vitamina C). “Em casos refratários, eles podem ser associados à luz intensa pulsada ou laser fracionado (CO2), ao laser de thulium ou erbium laser”, diz a especialista.
Os peelings recomendados para o clareamento de manchas pós-sol são os superficiais, como os que contém ácidos retinoico e salicílico, a solução de jessner e o peeling cimel, em geral, uma vez por mês. “A concentração varia. A de ácido retinoico é de 5 a 10%. Já o uso de peelings médios para o clareamento é controverso, pois pode piorar a hiperpigmentação,” explica a Dra.Renata Marques.
Além de minimizar manchas, o peeling de cristal com máscara de ouro hidrata e dá mais viço à pele. “O peeling com ácido glicólico a 40% a cada 15 dias é outra alternativa. Em casa, a aplicação de máscaras, como a de romã, com a mesma periodicidade, contribui para hidratar e dar viço à pele,” recomenda a dermatologista Katleen Conceição
As contraindicações são individualizadas. Em pele sensível, que arde e descama com facilidade, a médica indica sabonetes com substâncias calmantes, como camomila, e produtos com vitamina C, que hidratam e uniformizam a pele. Em pele negra, que mancha com facilidade devido à quantidade de melanina, a orientação é passar, sempre, filtro com FPS 30, no mínimo.
De maneira geral, é preciso paciência e disciplina para se livrar das manchas. “A luz intensa pulsada, por exemplo, necessita de três a cinco aplicações, com intervalo de três a quatro semanas. Se houver predisposição às manchas, após a suspensão do tratamento pode haver recidivas,” explica a dermatologista Renata Marques.
Qualquer que seja a opção terapêutica, é importante proteger-se do sol o ano inteiro, o que certamente vai reduzir os danos no fim do próximo verão…

Protocolo de clareamento:
A esteticista Maria de Fátima Lima Pereira indica um protocolo para efélides, melasma, melanose solar e hipermelanose pós-inflamatória.
§  Higienizar com leite de limpeza, ou creme de limpeza, ou  sabonete líquido, ou mousse de limpeza à base de ácido glicólico e/ou mandélico.
§  Esfoliar/afinar, conforme o biotipo cutâneo, grau de hidratação, flacidez tecidual e hipercromias:
§  peeling físico – agentes abrasivos como grânulos sintéticos (microesferas de polietileno); grânulos de minérios (óxido de silício e quartzo); cavalinha (rica em óxido de silício) adicionados a sabonetes cremosos, loções e géis e/ou,
§  peeling químico – ácido glicólico, betahidroxiácido, ácido mandélico em concentrações de 10%, pH 3,8 e/ou,
§  peeling de cristal – dióxido de alumínio.
§  Tonificarcom loção tônica à base de camomila, vitamina C, VC-PMG
§  Aplicar despigmentantes: arbutin, uva-ursi, ácido kójico, antipollon HT, melawhite, ácido fítico ou VC-PMG sobre áreas hipercrômicas, por 10 ou 15 minutos. Esses ativos podem ser potencializados com a ionoforese. Sempre verificar com o fabricante dos iontos despigmentantes o tempo de aplicação e a polaridade adequada (não remover o produto).
§  Aplicar sérum clareador com vitamina C com manipulações por tamborilamento. Não remover o produto.
§  Aplicar máscara clareadorapara equilibrar o fenômeno da oxirredução, fazendo microesfoliação para dispersar o pigmento escuro e potencializar o tratamento. Princípios ativos indicados: caulim e bentonita (silicato de alumínio hidratado), gesso (sulfato de cálcio hidratado), óxidos e carbonatos metálicos (óxido de zinco, titânio, cálcio e magnésio), perborato de sódio.
§   Finalizar com  hidratante + ativo clareador, acrescido de bloqueador solar.

Indicação: dez sessões, uma vez por semana

Consultoria: Dra. Daniela Lemes, Dra. Katleen Conceição, Dra. Marina Bittencourt,Dra. Renata Marques,dermatologistas, membros da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Mika Yamaguchi, farmacêutica, Denise Finamore, esteticista, e Maria de Fátima Lima Pereira, esteticista e consultora técnica.

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