By Suzi,
A fisiologia do bocejo:
Quando
uma pessoa boceja, o alongamento dos músculos da mandíbula aumenta o fluxo
sanguíneo na cabeça, no pescoço e no rosto. Também envia líquido
cefalorraquidiano para baixo, para longe do cérebro. Da mesma forma, quando um
bocejo é combinado com a ampla abertura de sua boca (aquela visão que a gente
não precisa ter dos outros), esse movimento promove um fluxo de grandes
quantidades de ar através das cavidades oral e nasal.
- Teorias do bocejo:
Existem
três principais teorias sobre por que as pessoas bocejam. São elas:
1. Bocejar aumenta os níveis de oxigênio no sangue:
O
bocejo faz com que a gente puxe grandes quantidades de ar. Por isso, muitas
pessoas têm essa teoria de que o propósito de bocejar é chamar mais oxigênio e
expirar CO2. Esse princípio da sabedoria popular não tem absolutamente nenhuma
evidência que a apoia. Aliás, é bem pelo contrário.
Um
estudo realizado em 1987 mostrou que o bocejo não promove nem o aumento, nem a
redução dos níveis de oxigênio e gás carbônico, respectivamente, no sangue.
Isso fez com que alguns cientistas concluíssem que o bocejo não tem nada a ver
com essa suposta função de oxigenar o sangue.
2. O bocejo estimula e auxilia a excitação:
Tem-se
observado que, em várias espécies, bocejar parece acontecer em um momento
estratégico de antecipação de eventos importantes e durante as transições de
comportamento. Acredita-se, então, que o bocejo facilita um estado elevado de
alerta e conscientização – que também é apoiado por evidências de alterações
que acompanham o bocejo nos níveis de neurotransmissores.
3. Bocejar ajuda a resfriar a temperatura do cérebro:
Recentemente
postulada, essa teoria de que o bocejo tem uma função de termorregulação começa
observando que a temperatura do cérebro é controlada por três fatores: a
temperatura e a velocidade do fluxo sanguíneo e do metabolismo do organismo.
Como o bocejo aumenta o fluxo sanguíneo, não é razoável supor que o seu
objetivo seja resfriar o cérebro.
A
teoria foi desenvolvida pela primeira em um estudo de 2007, que envolveu dois
experimentos relacionados. No primeiro, os participantes foram orientados a
respirar tanto pelo nariz quanto pela boca e depois foram solicitados a ver
vídeos de outras pessoas bocejando. Aqueles que respiravam por via nasal não
demonstraram ser contagiados pelo bocejo alheio.
No
segundo experimento, os participantes foram convidados a colocar alternadamente
ou um pacote quente ou frio na testa e, mais uma vez, assistir a vídeos de
pessoas bocejando. Resultado: 41% dos que tinham um pacote quente em suas
cabeças se contagiaram com outros bocejos, enquanto que 9% das pessoas com um
pacote frio se mostraram menos propensas a bocejar ao ver outras pessoas
bocejando. Assim, os pesquisadores concluíram que o resfriamento do cérebro tem
alguma função/implicação do ato de bocejar.
Depois,
em 2010, uma pesquisa em cérebros de ratos mostrou que, antes de um bocejo, há
um aumento na temperatura do cérebro, precedido por uma diminuição imediatamente
depois do bocejo. Em um estudo de acompanhamento, os pesquisadores descobriram
que, embora o cérebro inteiro fique mais frio depois de um bocejo, a
temperatura que aumenta no período pré-bocejo é a do córtex.
Três
mecanismos explicam a hipótese de como o bocejo refresca o cérebro.
Em
primeiro lugar, sabe-se que a temperatura do cérebro é 0,2°C maior do que a do
sangue arterial. Portanto, em teoria, com o aumento do fluxo de sangue, o
sangue mais quente no cérebro é empurrado para fora, e o sangue mais frio
entra. Os pesquisadores comparam este processo ao processo de resfriamento de
um radiador.
O
segundo mecanismo também tem como base a troca de calor, mas desta vez se trata
do ar frio, que é arrastado para as cavidades da boca, nariz e seios nasais. Ao
entrar em contato com as áreas venosas que contêm sangue quente, o ar resfria o
sangue e remove o calor quando o ar da respiração é exalado. Este processo é
semelhante ao de refrigeração.
O
terceiro mecanismo também envolve a interação do ar frio com os seios nasais,
embora dessa vez seja com a finalidade de encorajar a evaporação ao longo da
mucosa sinusal. Este sistema seria semelhante ao modo como o corpo resfria por
meio do suor na superfície da pele.
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